A Fundação DaST está atualmente em processo de reconhecimento formal.

Palácio Belmonte

start of project
0
inauguration
0
passing of project
0
year old palace
0 +
awards
0
events held
0 +

sobre o projeto

Antiga residência de uma família nobre datada de 1449, o hotel possui salas de estar únicas, sem igual. Mais de 3.800 azulejos azuis e brancos portugueses do século XVIII revestem as paredes, criando um ambiente onde o passado ganha vida, embalado pela melodia nostálgica do fado. Senti-me como se tivéssemos todo o palácio só para nós, como se estivéssemos a respirar a própria história viva dessas paredes.

C.F. – Conde Nast Traveler
Gold List 2015: Top Hotels in the World

status do projeto

Construido & Concluido
execução do projeto: 1994-2000
operações do projeto: 2000-2021

Detalhes

Denominação: Palácio Belmonte
AKA: Palácio dos Condes de Belmonte
Denominação da marca: Palácio Belmonte
Localização: Bairro do Castelo, Alfama, Lisboa, Portugal
Execução & Proprietário: Frederic Coustols
Periodo de Restauro & Reabilitação: 1994-2000
Prémios: National Monument & National Interest; 2000 RICS Awards – Urban Regeneration Category; Condé Nast Traveler Gold List Award (2015, 2017, 2018); and more

Equipa

Fundador: Frederic Coustols
Co-Founder:
Maria Mendonça Coustols
Operações & Concierge:
Maria João Granate
Gestão de Imagem & Comunicação (Branding & Marketing):
Marc Vaz
Receção: Faisal

colaboradores

Quirino da Fonseca, Andrew Coutts, Simon Punter, Gonçalo Leandro, Rita Neves, Nelson Carvalheiro, Sammy Gao, Jess Yu, Maria de Morais, Jeroen Musch, Joe, Condron, Yianis Zahos, Marko Roth, Nelson Garrido, Jacob Termansen, Alexander Kulish, Sancha Trindade, Sivan Askayo, Ariel Huber, Camille de Ginestel, Weston Table, Mário Caeiro, Lost Tribe (Claire Ogden and Philip Rwankole), Howard Altmann, KASJO Studio (Joachim Slugocki and Katarzyna Malejka), Michel Talbot, Michel Batlle, Zoya Mohajeri Aval, Gisoo Kim, Anita Ackermann, Jutta Matthess, Camila Cañeque, Marja des Vries, Simon James Phillips, Pierre Pratt, Elisha Abas, Sebastião Lobo, Daniela Padilla, Jaap Borgers, Jana Matejkova-Middleton, Rory Middleton, Alessandro Lupi, Stefan Kornacki, Soundwalk Collective, Maria Pia de Oliveira, Catia Mariam Costa, António Alvarenga, Filipe Alves, Manuel Brandão Alves, Manuel Branco, José Castro Caldas, João Caraça, Gustavo Cardoso, Paulo Carvalho, David Castro, José Delgado Domingos, Tiago Delgado Domingos, José Paulo Esperança, João Ferrão, Bernard Festy, Catarina Fonseca, Sam Golshani, Teresa Jorge, Keith Hack, Adolfo Macedo, Sandro Mendonça, António Oliveira, Catarina Roseta Palma, Paulo Partidário, Miguel Pinto, José Reis, Félix Ribeiro, Teresa Ribeiro, João Rodrigues, Mário Ruivo, Sofia Santos, João Seixas, Viriato Soromenho-Marques, Patrícia Valinho, Sofia Vaz, Dan Ward, Richard Werly.

descrição

Bem-vindo ao Palácio Belmonte, o mais antigo e emblemático palácio de Lisboa. Restaurado com dedicação por Frédéric Coustols e sua esposa Maria em 1994, o Palácio Belmonte foi transformado das ruínas para os mais altos padrões de construção. Com meticulosa atenção aos detalhes, os Coustols incorporaram técnicas tradicionais para preservar a beleza e a grandiosidade do estado original da propriedade.

Durante um ano, Frédéric permaneceu nas ruínas escavadas da antiga residência nobre para compreender plenamente a construção e a paisagem da propriedade. Com buracos nos tetos e sem janelas ou portas, o projeto foi, pouco a pouco, ganhando vida própria.
Foi durante este ano que o Palácio Belmonte se tornou cenário de dois filmes aclamados. O primeiro, "Lisbon Story", de Wim Wenders, e o segundo, "Afirma Pereira", de Antonio Tabucchi, que fez pleno uso dos buracos no telhado e dos baldes recolhendo a água da chuva para criar uma cena verdadeiramente memorável.

Enfrentando inúmeros obstáculos e desafios aparentemente intransponíveis, o Palácio Belmonte foi finalmente concluído, e as icónicas grandes portas vermelhas abriram-se ao público no ano 2000.

Muito mais do que um hotel, o Palácio Belmonte é uma casa de hóspedes e um santuário para mentes criativas e curiosas. Um refúgio de tranquilidade no coração da magnífica cidade de Lisboa. Situado no alto do histórico bairro da Alfama, o Palácio Belmonte encontra-se justo abaixo do icónico Castelo de São Jorge. Com mais de 2.000 anos de história, o Palácio partilha o seu passado com o castelo e foi testemunha de muitos dos momentos mais marcantes da história de Lisboa.

Com 360 janelas e vistas de 360°, cada uma delas é uma lente para o antigo mundo. Dentro destas muralhas, descobrem-se terraços tranquilos, jardins naturais e pátios serenos. Durante dezanove anos de atividade como casa de hóspedes privada, os visitantes foram convidados a criar a sua própria experiência — intemporal, inesquecível e inteiramente única.

breve história

a casa nobre

A primeira secção do Palácio Belmonte foi construída em 1449, no topo das antigas muralhas fortificadas romanas e mouriscas, conhecidas como "Cerca do Alcáçova" e "Cerca Moura". A estrutura inicial resultou da agregação de três torres: uma torre retangular na extremidade ocidental, uma torre de canto a norte, erguida sobre fundações romanas, e uma torre mourisca pentagonal do século VII, localizada a oeste. Esta última foi construída sobre uma rocha de quarenta metros de altura e integra-se de forma natural na Cerca Moura.

Em 1640, a família ampliou o edifício, adicionando a majestosa esplanada oriental e cinco fachadas em estilo clássico, conferindo ao Palácio Belmonte a sua aparência atual. Entre 1720 e 1730, a família encomendou a dois mestres azulejistas portugueses, Manuel Santos e Valentim de Almeida, a criação de uma coleção única de azulejos portugueses. Os 59 painéis, compostos por mais de 3.800 azulejos originais, permanecem espalhados pelo edifício até hoje e são, sem dúvida, um dos traços mais distintivos do Palácio.

o restauro

Pouco depois de adquirirem a propriedade, o colecionador de paisagens Frédéric Coustols e sua esposa Maria embarcaram no projeto de uma vida.

A primeira fase da restauração foi dedicada à compreensão das diferentes etapas de construção, desde 130 a.C. até 1995. Os primeiros dois anos foram inteiramente dedicados a pesquisas arqueológicas, ao estudo da luz natural, circulação do ar, materiais de construção, clima e condições meteorológicas, bem como à análise da flora e fauna locais.

Durante esses dois anos, sob a direção do Arquiteto Pedro Quirino da Fonseca e com o apoio constante do Arquiteto Felipe Lopes, chefe do departamento de reabilitação da Câmara Municipal, foram redescobertas antigas, mas eficientes, técnicas construtivas. A argamassa de cal, utilizada na construção original, foi recriada e reaplicada nos tetos abobadados e telhados. As telhas romanas foram restauradas, reconstruídas e fixadas novamente com argamassa de cal. Todos os tetos em caixotão foram restaurados ou reconstruídos, não apenas por razões estéticas, mas também para melhorar a circulação do ar dentro do edifício.

Após a descoberta dos métodos de produção da argamassa de cal original, a fórmula foi partilhada, resultando na abertura de duas fábricas dedicadas à sua produção. Atualmente, vários monumentos nacionais em Portugal utilizam a nossa argamassa de cal, “Cal Fradical”, em substituição do cimento. O grande interesse nesta argamassa reside no facto de Portugal, devido à sua localização costeira, apresentar elevada humidade e grandes variações de temperatura, fatores que são naturalmente absorvidos pela cal, tornando-a uma solução mais eficaz e sustentável. Além disso, foi publicado um manual explicativo sobre a argamassa de cal, que oferecemos a arquitetos, empreiteiros, funcionários públicos e universidades, promovendo a sua utilização e contribuindo para a preservação do património arquitetónico nacional.

Um sistema natural de ventilação foi implementado em todas as divisões do Palácio, através da construção de aberturas para circulação de ar, com pequenas grelhas de pedra maciça embutidas nas paredes. Além disso, foram instaladas três velas retráteis de lona sobre uma esplanada tipo “estufa”**, proporcionando uma iluminação suave e agradável em todo o espaço. Esta solução criou uma densidade do ar equilibrada e natural, tornando o ambiente mais fresco e fácil de respirar.

Todos os pavimentos em azulejo foram assentados de forma tradicional, sobre um sistema de aquecimento de água de baixa temperatura. Os azulejos são feitos de barro vermelho, fabricado em Setúbal, sendo 50% cozidos ao sol, garantindo um acabamento autêntico e sustentável.

Quando a restauração foi concluída, o consumo máximo de energia necessário para os 3.700 m² do palácio foi reduzido para 126 kW, o que representa uma diminuição de oito vezes em relação ao consumo habitual. Este feito foi alcançado através da utilização de argamassa de cal, um sistema de ventilação natural, aquecimento central de baixa temperatura, isolamento sofisticado no telhado, pavimentos e paredes, vidros duplos e um planeamento minucioso da iluminação, garantindo uma eficiência energética exemplar.

A reutilização de materiais de construção antigos foi uma das principais prioridades na restauração. Sempre que possível, madeira, ferro, telhas romanas e pedra foram recuperados e tratados, resultando em alguns dos elementos de design mais memoráveis do palácio.

Cada espaço foi concebido de forma a maximizar a qualidade da iluminação e ventilação naturais, ao mesmo tempo que minimizava o ruído. O jardim foi completamente redesenhado e replantado seguindo princípios orgânicos, promovendo a saúde e diversidade das espécies locais de plantas, frutos, árvores e flores.

A Comunidade: Uma Abordagem Sustentável à Cultura

Tornar-nos membros ativos da comunidade local de Lisboa e, em particular, da Alfama, foi um dos objetivos mais importantes do projeto de restauração. Foram atribuídas frações com rendas controladas nos edifícios adjacentes, com o intuito de preservar o tecido social da zona e contribuir para a permanência das famílias locais no Bairro da Alfama. Cada um dos 21 apartamentos foi restaurado com o apoio financeiro e técnico da Câmara Municipal, proporcionando todo o conforto moderno, sem alterar os valores das rendas existentes**.

Até 2020, a equipa do Palácio Belmonte continuou a ser uma força motriz na promoção das artes e da cultura de Lisboa e de Portugal. Exposições, mercados artesanais e conferências eram organizados regularmente, com o objetivo de dar visibilidade aos talentosos e criativos residentes portugueses, celebrando e valorizando o património cultural e artístico do país.

Visite a nossa secção de Artes & Cultura para conhecer os eventos que tiveram lugar no Belmonte Cultural Club.

Entrevista com Frédéric Coustols no Palácio Belmonte, em 2020, sobre restauração cultural e regeneração urbana, tendo como referência o icónico palácio lisboeta, cuja história remonta a 198 a.C.

projetos relacionados

pt_PTPortuguês