Vozes do Xarrama

Um Arquivo Vivo de História e Estórias: Pelo rio que nos atravessa

Organização: Foundation DaST + Convento da Terra
Coordenação Científica:
Maria Ilhéu e Carlos Bragança Santos
Moderação: Maria Ilhéu
Parceria Académica: Universidade de Évora  |  MED (Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento

Há rios que correm ao lado. E há rios que correm por dentro. O Xarrama é ambos.

Nos dias 24 de outubro e 21 de novembro de 2025, um pequeno grupo de residentes do Torrão foi convidado a reunir-se no Convento da Terra para partilhar memórias, sentimentos, estórias e gestos ligados ao rio Xarrama, linha de água que acompanha a vila, que moldou os seus gestos, que alimentou as suas margens, e que hoje nos convoca à responsabilidade de proteger o que já foi abundância.

Mais do que momentos à conversa. Foram momentos que marcaram o início de um arquivo vivo, feito de vozes, de olhares e de experiências, onde cada memória se torna um gesto de cuidado. Estes encontros, promovidos pela Foundation DaST em parceria com a Universidade de Évora, através do Convento da Terra, e realizados no âmbito do movimento por Xarrama Vivo para valorização e regeneração do rio Xarrama, integram um caminho contínuo de estudo, escuta e valorização dos ecossistemas naturais e culturais que estruturam o nosso território de acção.

O rio Xarrama é testemunha silenciosa de gerações. Atravessa a história da vila e a vida das pessoas. É fonte, fronteira e espelho. A sua água, muitas vezes invisível aos olhos urbanos, é ainda hoje essencial para quem vive do campo, para quem habita, para quem observa.

Proteger um rio é proteger um lugar inteiro. É cuidar da paisagem, da biodiversidade, da agricultura, das relações humanas e dos saberes que se ligam à água. É garantir que a vida corre, mesmo quando o caudal diminui.

A Foundation DaST está a construir, com o apoio de universidades, instituições nacionais e a comunidade local, uma base de conhecimento e ação dedicada à preservação do rio Xarrama. Esse trabalho inclui protocolos, investigação, mapeamento e este gesto essencial: escutar quem vive com o rio.

Porque um território só se regenera se se lembrar de onde vem. E um rio só pode ser cuidado se reconhecermos que ele nos atravessa, e nos transforma.

Recolha de histórias e estórias, momento I   /   24.10.2025

Recolha de histórias e estórias, momento II   /   21.11.2025